V Império

A quinta idade ou Quinto Império é um novo retorno à Idade de Ouro numa outra volta da Espiral.

Tal como em António Vieira, Fernando Pessoa vê o Quinto Império plasmar-se em Portugal dada a predominância da natureza ecuménica e cosmopolita da alma lusa.

Este Império universal não é territorial mas sim de natureza espiritual e só poderá ser constelado por quem possua uma alma oceânica capaz de sentir as reais necessidades da alma humana.

Se na tradição do V Império tradicional Judaico/Cristão o povo “escolhido” foi o Hebreu, na tradição moderna do Quinto Império de Pessoa e de Agostinho da Silva, só um povo que não se identifique com raças, ideologias, credos ou religiões, poderá abarcar a totalidade dos povos, com as suas religiões e disparidades. Isso equivale a dizer, que quer seja um povo quer seja um indivíduo, somente a partir de um total despojamento de si, de uma total ausência de Ego, de um total mergulho no não-ser, na imersão no Nada que é o Tudo, poderemos vir a completar o mito da total ausência de fronteiras para incorporar e integrar todas as diferenças e similitudes aparentemente presentes na linha ténue que medeia o Ser e o Outro. Nesse sentido, Portugal só será quando deixar de existir (como ser separado), quando a partir da sua pura subjectividade for tudo e todos.

Luis Resina